18 de jul. de 2017

Bicentenário de falecimento de Jane Austen


Em 18 de julho de 1817, a escritora inglesa Jane Austen falecia em Winchester, Inglaterra, aos 41 anos. Sepultada na Catedral de Winchester, foi somente depois que a biografia escrita por seu irmão James Edward Austen-Leigh havia sido publicada que seu epitáfio menciona que ela foi a autora de alguns dos romances conhecidos na época.

Eu conheci Jane Austen faz alguns poucos anos e desde o primeiro livro que li, me apaixonei pelo seu estilo de escrita e pelos seus personagens. Deixo aqui minha pequena homenagem: a estátua de bronze em tamanho natural de Jane Austen sendo revelada em Market Square, Basingstoke hoje:

Cortesia da página do facebook Jane Austen 200 

12 de jul. de 2017

Lançamentos de Jane Austen

O segundo semestre mal começou e já tem mais livro novo sobre Jane Austen por aí. O primeiro é o Jane & Me: My Austen Heritage, de autoria de Caroline Jane Knight, a última descendente do irmão de Jane, Edward Knight.


O segundo é O clube de escrita de Jane Austen, de Rebecca Smith, publicado pela editora Galera Record.

10 de jul. de 2017

Tolkien’s art (Jane Chance)


Título: Tolkien’s art: a mithology for England
Autora: Jane Chance
Editora University Press of Kentuck, 280p.

Publicado pela primeira vez em 1979, quando muitos trabalhos de Tolkien ainda não tinham chegado ao conhecimento do público, este livro de Jane Chance analisa o padrão de conflito nas obras de Tolkien através de um esboço do desenvolvimento de personagens adversários. Através de uma leitura crítica de O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, (assim como obras não tão conhecidas como por exemplo Mestre Gil de Ham), analisando e também comparando-as com Beowulf: The Monsters and the Critics, um dos mais importantes trabalhos acadêmicos de Tolkien, a autora foca na questão da relação entre herói e vilão para demonstrar que, não somente Tolkien se interessava por literatura inglesa medieval, como seus estudos o levaram a criar uma mitologia para a Inglaterra.

A primeira edição desse livro data de 1979. Apesar de não ser a edição que eu tenho (gostaria das duas para poder compará-las), foi bom perceber que Jane, enquanto leitora, já havia notado que Tolkien queria escrever uma mitologia para a Inglaterra e tenha colocado esse assunto em um livro (o que, aliás, foi um posicionamento que o próprio Tolkien admitiu em uma de suas cartas que somente muito mais tarde chegou a conhecimento público, sob o nome “131” no livro As Cartas de J.R.R. Tolkien). Faz muito, mas muito tempo mesmo que eu tenho esse livro. Ficou guardado por vários motivos: a edição é em inglês e eu, apesar de ler e escrever melhor do que falo neste idioma, ainda tenho certa dificuldade; eu tinha outros na lista que queria ler primeiro; quando se trata de Tolkien, se tiver que escolher um livro que analise a obra dele ou algum de sua autoria, sempre vou deixar a a análise para depois. E assim foi ficando e ficando, até agora. Quis aproveitar o final do período letivo e comecei a ler, já que as coisas no trabalho começam a ficar mais calmas. 
Sobre a leitura: levei mais tempo lendo esse livro do que imaginava, não sei por quê. Na introdução, a autora já diz qual é o objetivo principal do livro, o que me atraiu atenção (é bom quando se especifica logo o assunto principal, ao invés de deixar com que o leitor descubra enquanto lê, sempre prefiro livros de análise onde o autor já faz isso). Uma afirmação que me deixou imaginando porque nunca havia reparado nisso antes está logo no início do livro, quando Jane diz que:

It is the social role and religious image of the lord and king through which Tolkien expresses his deepest philosophical and theological ideas. […] A pattern emerges upon an examination of the titles of other Tolkienian works. Either the title centers on the hero […] or, antithetically, on the hero’s chief adversary [...]

Apesar de já ter lido vários trabalhos acadêmicos, artigos e livros, onde os autores dissecam a imagem dos heróis e vilões nos livros de Tolkien, nunca havia notado que essa afirmativa está correta. Usando uma linguagem acessível, a autora divide o estudo em linhas temáticas e textuais, e em cada capítulo ela, utilizando as principais obras de Tolkien para mostrar como ele queria mesmo criar uma mitologia para a Inglaterra. Não somente isso, como ele teve sucesso. Livro muito recomendado.