22 de mai. de 2017

Obras inacabadas (Jane Austen)


Título: Obras inacabadas
Autora: Jane Austen
Editora Landmark, 208p.

Sinopse: Escrito por volta de 1804, deixado inacabado, terminado por sua sobrinha Catherine Hubback e publicado na metade do século XIX, com o título The Younger Sister, provavelmente abandonado após a morte dos pais da escritora, “OS WATSONS” é uma tentadora e altamente deliciosa história cuja vitalidade e otimismo centra-se sobre as perspectivas conjugais das irmãs Watson em uma pequena cidade provincial. “SANDITON”, iniciado sob o título The Brothers, em 1817, deixado incompleto e publicado em 1925, foi o último romance escrito por Jane Austen, situado em uma cidade à beira-mar e seus temas dizem respeito à nova sociedade de consumo especulativo e prenunciam as grandes convulsões sociais provenientes da Revolução Industrial.
“PROJETO DE UM ROMANCE” é um trabalho curto, de cunho satírico, escrito provavelmente em maio de 1816. Foi publicado em forma completa pela primeira vez por R. W. Chapman em 1926, tendo aparecido alguns extratos, em 1871, na biografia de Jane Austen escrita por seu sobrinho, James Edward Austen-Leigh. Considera-se que nesta obra, temos o relato mais importante do que Jane Austen entendia como sendo seus objetivos e sua visão pessoal como romancista.
Nos Capítulos Originais de “PERSUASÃO” podemos aprender mais sobre o consumado talento artístico de Jane Austen e seus maravilhosos poderes de autocrítica; e que prova – de forma incontestável – o padrão de perfeição no qual ela insistia em todos os aspectos. Pois esse é de fato uma parte do rascunho final, acabado: o romance completo que, quando ela o escreveu, deixara-a satisfeita e tinha sido planejado para publicação. Mesmo assim, continuou a ser objeto de cuidadosa meditação, e as reflexões de uma noite a convenceram de que ainda poderia ser melhorado adiante.

Me jogaram um balde de água fria na cabeça. Foi exatamente essa a sensação que tive quando terminei de ler cada uma das histórias desse livro. Depois de ler e reler os seis romances de Jane Austen, é sempre um prazer quando se tem em mãos obras como esse livro, porque dá gosto de ler novas histórias com aquele toque irônico que só Jane Austen consegue trabalhar tão bem. O problema foi que a cada final, eu tinha que me lembrar que Sandition e The Watsons são histórias i-na-ca-ba-das, e isso meio que levou a loucura hahahahaha O toque final no livro são os capítulos extras de Persuasão, que (eu achei) não fizeram muita falta a história (o que conta em Persuasão, para mim, é a carta, A carta, então, eu encarei esses capítulos como simples partes adicionais). Vale muito a pena.

19 de mai. de 2017

A sabedoria do Condado (Noble Smith)


Título: A sabedoria do Condado
Autor: Noble Smith
Editora Novo Conceito, 174p.

Sinope: Um guia do Hobbit para a vida de milhões de fãs do J.R.R. Tolkien. Smith mostra que uma toca-hobbit é, na verdade, um estado de espírito e como até as menores pessoas podem ter o valor de um Cavaleiro de Rohan. Ele explora assuntos importantes para os hobbits, como cerveja, comida e amizade, mas também assuntos mais sérios, como coragem, vida em harmonia com a natureza e bem versus mal. Como prazeres simples como jardinagem, longas caminhadas e refeições deliciosas com amigos podem fazer você significativamente mais feliz? Por que o ato de dar presentes no seu aniversário em vez de recebê-los é uma ideia tão revolucionária? E como podemos carregar nosso próprio “anel mágico” sem sermos devorados por ele? "A Sabedoria do Condado" tem a resposta para essas perguntas.

Gosto de acreditar que Tolkien tenha sido o primeiro historiador da realidade alternativa.

É assim que Noble Smith começa seu livro. Foi uma leitura fácil e rápida, até porque eu queria muito ler esse livro faz tempo. Fui deixando de lado porque minha lista de leitura estava muito grande, e também eu achava que seria mais um desses livros em que o autor pega as obras de Tolkien e sai analisando cada parte deles de acordo com temas filosóficos. Na verdade, o livro é uma análise, mas Noble colocou algumas de suas próprias experiências para ilustrar seu ponto de vista, e isso fez o livro valer a pena. Sua maneira de escrever é clara, a linguagem não é complicada, o que deixou a leitura ser divertida. Lançado na época do filme d’O Hobbit, esse pequeno livro-guia de como-a-sua-vida-pode-ser-boa-se-você-tiver-bons-ideais é muito recomendado.

17 de mai. de 2017

Austenlândia (Livro X Filme)



Título: Austenlândia
Autora: Shannon Hale
Editora Record, 240p.

Jane Hayes tem 33 anos, tem boa aparência e um bom emprego, mas também uma longa lista de relacionamentos fracassados. Talvez isso se deva ao fato de que Jane, fanática por Jane Austen e Orgulho e Preconceito (mais especificamente apaixonada por Mr. Darcy), vive suspirando por Mr. Darcy de Colin Firth. Ela simplesmente fica esperando que apareça em sua vida um homem tão perfeito quanto o personagem e acredita realmente que nasceu na época errada. O que Jane nem imagina é que uma tia-avó que mal conhece deixa para ela de herança uma viagem, sem chance de reembolso, programada em direção a uma comunidade turística chamada Austenland (Austenlândia), em Pembroke Park, na Inglaterra. Esse lugar recria o mundo que Jane Austen retrata em seus livros, com todos os detalhes possíveis. 
De malas prontas e resolvida a se curar de sua paixonite por Mr. Darcy, ela embarca, jurando que vai voltar uma nova mulher. Ao chegar, ela recebe o nome de Jane Erstwhile e a aclimatação começa: ela não tem permissão para manter o celular, não existem equipamentos modernos a vista, todos as pessoas (atores pagos para entreter os hóspedes) se vestem como se estivessem vivendo no século XIX, enfim, são muitas mudanças. Apesar de Jane amar os livros, ela sente uma dificuldade em se adaptar e precisa lidar com o cavalheiro mal-humorado Mr. Nobley e começa a se interessar por Theodore, um dos servos da casa. Mesmo com as dificuldades, e mesmo conhecendo muito sobre Orgulho e Preconceito, sua estadia em Pembroke Park vai ensinar muita coisa a Jane, principalmente, como Elizabeth Bennet, a jovem vai passar a conhecer melhor a si mesma.



Eu vi o filme bem depois de ler o livro (a versão em inglês). Claro que a adaptação muda algumas coisas, mas eu não esperava que fosse mudar tanta coisa. O início do filme é bem divertido, mostrando o nível do fanatismo de Jane. Só que, em vez de receber uma herança de parente, é a própria Jane que paga sua viagem para Austenlândia, depois de sua amiga intimá-la a acabar com a obsessão por Mr. Darcy. Sua chegada é hilária, graças ao fato dela se vestir a caráter.
Outra mudança (pelo menos eu achei que foi uma mudança) foi o fato de Jane não sentir tanto a falta de coisas modernas, como acontece no livro (talvez porque no filme ela esconda logo de cara o celular em suas roupas para que ninguém descubra). O desdém de Mrs. Wattlesbrook por ela, que comprou o pacote mais barato, eu também percebi que é mais aparente no filme, enquanto o puxa-saquismo fica reservado para os hóspedes que podem pagar mais, como Elixabeth Charming, que nunca leu um livro de Austen e cujas regras de etiqueta do lugar ela praticamente não segue.


Para cada um dos personagens no “resort”, praticamente existe alguém que se assemelha a um personagem de Orgulho e Preconceito: o taciturno Mr. Nobley lembra Mr. Darcy, Lady Amelia Hartwright parece uma das irmãs bem-nascidas e insuportáveis de Bingley. Além disso, o aparecimento de um coronel sempre movimenta os eventos.
Uma das coisas do livro que (ainda bem) deixaram no livro é o desencantamento de Jane pela era de Jane. Quando ela se cansa dos tediosos jogos de carta e resolve passear na propriedade, dá de cara com Martin, o ator que representa o cocheiro. Ela começa a se interessar, e nesse momento, o leitor começa a jurar que ele será o Wickham de Jane… A disputa Nobley-Darcy e Martin-Wickham por Jane também foi bem feita, bem legal de se ver.


A convivência com Nobley, antes frustrante, começa a melhorar, e no baile, quando ele se declara, ela finalmente percebe que não consegue mais viver um faz de conta.
O final, claro, é diferente do livro. De modo geral, eu adorei. Diverte, faz você querer experimentar, como Jane, os costumes da época de Austen, e como não podia deixar de ser, faz você querer (pelo menos eu quis) ser praticamente disputada por dois homens completamente opostos rsrs Indicado.