23 de jul. de 2011

Becaming Jane: The unauthorized biography (Costume Chronicles - Jane Austen Especial 2)

Outro artigo do segundo volume especial sobre Jane Austen. Este é muito bom.

Another article from the second special volume about Jane Austen. This is really good.

Amor e Inocência: Uma biografia não autorizada (Becaming Jane: The unauthorized biography)
Autora (Author): Hannah Kingsley


O filme Amor e Inocência foi lançado em 2007 e criado em 1795. A Jane deste filme está em seus 20 anos, mal-humorada e espirituosa como se poderia esperar, mas para alguns, o filme não correspondeu às expectativas. Embora eu goste do filme por muitas razões, é compreensível que muitos fãs podem não estar tão interessados nessa versão da vida de Jane Austen. Amantes de figurinos encontram muito para se embasbacar com os vestidos suntuosos e gravatas formais de Amor e Inocência, mas também verão figurinos que são claramente da época errada. Fãs de Jane Austen pode desfrutar do espírito independente da Jane interpretada por Anne Hathaway, mas ficam estarrecidos com a tentativa de Hathaway com o sotaque britânico. A trama toda é questionável em sua apresentação como uma história da história de Jane Austen, assim como grande parte da história é fabricada em vez de ser fiel à sua vida, e há mais algumas cutucadas e momentos trêmulos que merecem apenas uma avaliação-PG (por incrível que pareça, o filme foi re-avaliado a partir da classificação PG-13 para PG). No entanto, apesar de tudo isso, há algo sobre esse filme que eu acho encantador.
Há tanto para encontrar em Amor e Incocência que imita cenas dos romances de Jane Austen, que pode ser divertido tentar procurar. Por exemplo, há um “momento Mr. Darcy”, quando Jane acidentalmente ouve Tom Lefroy comentando sobre a qualidade de sua oratória. Ele chama sua escrita de não marcante” e apenas “mais ou menos”, semelhante a Mr. Darcy falando de Elizabeth Bennet como não sendo suficientemente bonita para tentá-lo. Isso foi feito intencionalmente, como você verá se assistir os bônus do filme. Outro ângulo da situação é a idéia de que o real Tom Lefroy pode ter influenciado a redação do personagem Mr. Darcy, que é levemente aludido no filme e uma possibilidade histórica.
Embora eu deva concordar com aqueles que dizem que Amor e Inocência é mais um conto de ficção do que um baseado na verdade, é repleto de iguarias históricas da vida de Jane Austen que algum bom leitor pode reconhecer e não é totalmente uma história de ficção. É, no entanto, mais verdade do que ficção, no sentido de que ela revela temas como a dificuldade em depender de alguém por uma fonte de renda na sociedade regencial, seja homem ou mulher. É bem sabido que a maioria das mulheres deste período teve que se casar por segurança financeira, mas os homens não estavam isentos das restrições da sociedade. No filme, o talentoso James McAvoy interpreta Tom Lefroy, um estudante de direito que está confiante na dependência de seu tio. Os parentes próximos de Lefroy são pobres e dependentes de sua assistência financeira, complicando ainda mais sua situação financeira. Esta complexidade de conexões familiares e a dispersão da riqueza são fundamentais para a trama, já que detém a chave para a felicidade futura entre Jane e Tom. No entanto, surpreendentemente, ao contrário das histórias de Jane Austen, uma grande verdade de sua vida é enfatizada: Jane nunca se casou. É fácil ser pego na história de amor do filme e convenientemente esquecer esse fato, até alguém ser forçado a compreender, através de um fim trágico que parece mais amargo que doce. Ele deixa a cargo da imaginação como a ausência de um marido afetou a escrita de Jane Austen e o que sua vida teria sido se as circunstâncias tivessem sido diferentes. Se ela não tivesse sido pobre, teria sido obrigada a escrever os romances que lemos hoje? Sabe-se que uma quantidade significativa de sua correspondência com a irmã, Cassandra, foi destruida; elas poderiam ter revelado esperanças frustradas, um passado tão trágico quanto o fim de Amor e Inocência? Talvez as cartas guardem um mistério desta natureza e, portanto, tem sido o tema de alguma fan-ficiton.
O pouco de verdade a ser encontrada aqui é que Tom Lefroy foi mencionado em duas cartas da correspondência sobrevivente entre as irmãs Jane Austen e Cassandra, parte da inspiração para Amor e Inocência. Existe alguma base para esta idéia, pois o real Tom Lefroy confessou ter amado Jane Austen, mas chamou de “amor juvenil”. No entanto, no momento em que foi questionado, ele já havia sido casado com sua esposa Mary por 71 anos. Talvez ele pudesse ter descrito seus sentimentos por Jane Austen de modo diferente em outro momento em sua vida. Tom Lefroy nomeou uma de suas filhas Jane, levando alguns a sugerir que ele realmente tinha sentimentos mais profundos por ela que escolheu admitir, mas isso nunca foi comprovado.
Talvez Amor e Inocência não seja exatamente um livro fiel sobre a vida de Jane Austen, principalmente porque as personagens do filme apresentam muito menos decoro e restrição do que se poderia imaginar, mas enquanto não é “kosher” Jane, propriedade, honra e sensibilidade triunfam no fim, e no caráter sofredor de Jane deve haver algum consolo. Em algum lugar no fundo de sua “Jane Austen” há realmente uma Jane real. Ela só se mostra um pouco, bem como um encontro com a dura realidade. Os temas das expectativas de classe e gênero são fortes neste filme, mas o que corre profundamente do começo ao fim não é tanto a história como uma história divertida e um final de tirar o fôlego, resumindo o que algumas pessoas se perguntam sobre Jane Austen. Teve a sua história de vida realmente um final feliz?

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